CONSCIÊNCIA APODRECIDA - Parodiando a letra Cálice – Chico Buarque
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Levado pela alcateia esse fraco
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Levado pela alcateia esse fraco
Impossível ter paz em mente estragada
Negando aliado depois de grande jornada
Como conseguir adormecer leve e sem culpa
Consciência nos neurônios pesados se estupra
De que lhe vale o poder filho da ingratidão
Melhor seria ser bastardo pra enganação
Sua atitude pequena vira grande bosta
Sem reciprocidade formou sua crosta
Lamentar poetizar tosco embaraço
De boa amizade que desfez seu laço
Mas como não criticar esse abandono
Desse momento que não faz bem mono
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Levado pela alcateia esse fraco
Toda covardia na história enoja
Faz eclodir a face abjeta de corja
Mesmo golpeado resista impávido
Do pseudo amigo por money ávido
Forte áurea negra naquela vida mais arrasta
De tão pesada sua insensibilidade o basta
Como insuportável pai relevar injustiça
Dos seduzidos por desprezível cobiça
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Levado pela alcateia esse fraco
Adianta hoje renda só crescendo
Se a sua consciência mais perdendo
Um passado velado pela ambiguidade
Distante de quem não viu incredulidade
Condicionou sequestrar sua voz da sapiência
Mas impossível se camuflar da onisciência
E orgulhoso jogando soldado em descaso
Essa é o estereótipo desse humano raso
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Pai, afasta de mim esse ingrato
Levado pela alcateia esse fraco
Talvez seu desapreço imagine pequeno
Prefira se atropelar comendo esse veneno
E seja o arrependimento nunca consumado
Pela escárnio de debochar do próprio pecado