OBRA DOCE

OBRA DOCE

Como uma obra de paz,

O depois enterra a morte.

A guerra, deixada pelo choro,

Visita o ter.

A carne do sonho,

Despedaça os caminhos,

Com a escuridão.

Lutas desfazem,

A separação luzidia,

Crucificada e construída,

Pelo conhecimento simplificado.

Fechado, o olhar da vida heroica,

Vitimiza a mesmice dilacerada.

Errantes, as lágrimas das recordações,

Paradisíacas, brilham no ainda.

Habitantes de quedas extraídas,

Os cadavéricos atrasos das ruínas,

Detalham verdades.

Circulante, a violação quebra,

Dados feridos por palavras.

A bondade recente da esperança,

Não pode recobrar-se.

Afundados e naufragados,

Os sangues se humanizam.

Perdas se tocam,

Pelas ausências de dentro.

O sempre do esquecimento,

Retira a infância do fogo.

A abertura entra,

Aprisionando quantificados espectros.

Alojado o horror visionário,

Infinda cicatrizes doces.

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 15/03/2022
Código do texto: T7472961
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