OBRA DOCE
OBRA DOCE
Como uma obra de paz,
O depois enterra a morte.
A guerra, deixada pelo choro,
Visita o ter.
A carne do sonho,
Despedaça os caminhos,
Com a escuridão.
Lutas desfazem,
A separação luzidia,
Crucificada e construída,
Pelo conhecimento simplificado.
Fechado, o olhar da vida heroica,
Vitimiza a mesmice dilacerada.
Errantes, as lágrimas das recordações,
Paradisíacas, brilham no ainda.
Habitantes de quedas extraídas,
Os cadavéricos atrasos das ruínas,
Detalham verdades.
Circulante, a violação quebra,
Dados feridos por palavras.
A bondade recente da esperança,
Não pode recobrar-se.
Afundados e naufragados,
Os sangues se humanizam.
Perdas se tocam,
Pelas ausências de dentro.
O sempre do esquecimento,
Retira a infância do fogo.
A abertura entra,
Aprisionando quantificados espectros.
Alojado o horror visionário,
Infinda cicatrizes doces.
Sofia Meireles.