ACABAMENTO MUDO
ACABAMENTO MUDO
O acabamento festivo,
Que habita na surdez,
Sem as expectativas ingênuas do dia,
Como lixo,
Sopra passos de regresso.
Vozes, já com os sons idos,
Morrem aglomeradas,
Publicamente dispersas.
A passagem pausada das cenas,
Posterior e tardia,
Pesa e treme,
Diante de sombras sujas e arejadas.
Com vestígios pessoais,
Mas estranhos,
O além dos lugares caóticos e congelados,
Claro, pela luz de marcas,
Cerca a paz.
A morte da volta,
Envelhece a noite.
Os passeios, em abandono,
Já não correm.
Sinais universais,
Juntam-se ao voo periférico,
Nomeando a estancada exaustão.
A umidade reverbera,
Veiculando remotamente,
O mundo da mudez.
Sofia Meireles.