ACABAMENTO MUDO

ACABAMENTO MUDO

O acabamento festivo,

Que habita na surdez,

Sem as expectativas ingênuas do dia,

Como lixo,

Sopra passos de regresso.

Vozes, já com os sons idos,

Morrem aglomeradas,

Publicamente dispersas.

A passagem pausada das cenas,

Posterior e tardia,

Pesa e treme,

Diante de sombras sujas e arejadas.

Com vestígios pessoais,

Mas estranhos,

O além dos lugares caóticos e congelados,

Claro, pela luz de marcas,

Cerca a paz.

A morte da volta,

Envelhece a noite.

Os passeios, em abandono,

Já não correm.

Sinais universais,

Juntam-se ao voo periférico,

Nomeando a estancada exaustão.

A umidade reverbera,

Veiculando remotamente,

O mundo da mudez.

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 05/03/2022
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