A herança
Do sangue que espirra
Entre medos e punições
Carrega a herança
Imposta e exigida
Marcada por gerações
De supremacia e julgamentos
Nas crenças dizimadas
Em prol dos interesses
Do descobridor, de quem não precisava ser descoberto
Do torturador, de quem jamais merecia ser torturado
Formando assim, a colônia:
Da indiferença
Do malgrado
Da intolerância
Trazendo até hoje, os sentimentos:
De calafrios
De açoites
De desvios
Na busca santa, da salvação:
Da impura alma
Do vil corpo
Da inconsciência
Salvação essa que nunca virá
E dessa forma nos fizeram
Deste jeito que somos: dóceis
Tornando o lamento: ilusão
E nunca uma transformação.
Claucio Ciarlini (2009)