A inocente
2007, em algum lugar do Afeganistão. (E ao som de Whole lot of leaving)*
Pensamento
Mais que triste (sincero)
Por toda uma destruição
Completa perda: da noção e do sentido.
Nos atos vilmente engendrados
Por quem nem mesmo liga
Para a palavra, hoje, raramente executada.
(Sim, é esta mesmo que você pensou: o amor)
E eles agem:
Separando famílias
Destrinchando vidas
Um povo a lamentar
Causando despedidas apressadas junto a bombas que explodem
Deixando vestígios,
Duros demais para esquecer
(Mesmo que você seja o mais tirano dos insensíveis tiranos)
Porém eu insisto em manter a minha visão,
Na direção desta flor que nasce,
Mesmo em meio a tanta discórdia (grosseria, estupidez)
E até me permito viajar,
Para muito além deste cenário
E de encontro a campos mais serenos (até felizes)
Um lugar onde a troca de afeto não seja condicionada pelo poder e pela posse,
Que os homens bons sejam aqueles realmente humildes,
Que não acordemos ao som de mortais rifles e difíceis pregações,
Que haja lei, mas não a lei de um.
(A determinar o ir e o vir)
Talvez eu seja inocente, a pensar assim
E de certa forma, eu até sou (e agradeço)
Mas é somente desta forma que eu consigo esboçar um sorriso
Um sorriso que nem você, que parece saber tudo, consegue perceber.
Sim, um sorriso… Você seria capaz?
Claucio Ciarlini (2013)
* Da minha série poética "20 dias de Bon Jovi". Micro momentos da vida de 20 personagens, cada qual em um lugar, época e ao som de uma canção da banda. Também possui uma imagem, mas infelizmente não dá pra colocar aqui.