Calígula
Teu corpo amônia
Mancha de dentro para fora
A terminologia espantalho-e-fornalha
Fazes as vezes de véus em olhos públicos
Sangue por vestes que improvisam
A nudez imaculada de portfólios
Empunha uma rosa pedinte por paz
Enquanto as areias de desertos comem seus dedos
Lapidar línguas, até que boatos sumam
Gasta-la ao êxtase da premeditação
Solve-las no osso das tuas falcatruas
Assim expô-las em teu açougue: Há falta
Teus gestos são dentes rangendo
Mãos focadas em deslegitimar
Atraía distração para a ponta da caneta
Em uma caligrafia rubricada de embargos
A solda é uma promessa intrometida
A solda é uma memória afetiva
Costurada em informações desmembradas
Sorria, hoje dissecação. Amanhã, taxidermia!
A mentira é mais prática do que a química
Mas a química, sempre será mais assertiva
Anatomia autônoma autodidata
Inventa novos inimigos em cadáveres esquisitos
Apropriar espaços, moldar falas
Tencionar conflitos, medir intenções
Ressuscitar questões, amanhecer desvios
Evitar vaidades, detalhar escombros herdados
Teus olhos domam o fogo redentor
Dizem toda a fábula do encanto
Tu não pretende, no final das contas
Mas sim, o desejo supremo de assegurar domínio