Desalento
Minha terra que não aro
Meu garfo que não come
Meu olho que não abro
Minhas mãos no mesmo cravo, sangram
Meus olhos que vêm tudo,
Mas não largo
o que possuo
Pois possuo o merecido
Que me achou no mesmo berço
Sou agora perseguido!
Do começo me desfaço
Mas não faço o que me cobro
Desatar o negro laço
da cobra que embaraço
Pra pegar um pedaço
do olho que fingiu não ver nada errado