Hipertexto
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Hipertexto
Ver-te é o que também quero.
No rosa que te quero verde,
o coelho da cartola do Cartola.
No barco que singra sobre o mar,
a orca assassinada do fuzilado Lorca.
Os dias estão cinzas.
As noites,
nos clarões dos mísseis,
brancas ficam.
O mundo está tão louco.
Não sabemos o que significam
tantos suicídios,
de todas as cores,
Há homens vermelhos
buscando nossas florestas verdes.
Há desculpas amareladas
transformando nossos homens
em rosas:
doces e frágeis
- incapazes de guerrear.
Verte a lágrima que cai,
incolor.
Ver-te é o que te quero,
verde.
Há esperanças brancas,
num alucinado mundo azul de Ícaro,
que fraqueja e cai.
Vede-o?
Nijair Araújo Pinto
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