O teu jeito simples de viver
Quando um grande cansaço te alcançar (e ele vai)
Tente dormir um, para poder acordar que nem outro.
Feche os teus velhos olhos ranzinzas que já viram de tudo
Para em seguida abrir os que ainda possuam algum pingo de esperança.
Não tente ser o que sabe tudo que se sabe
Seja aquele que não sabe tanto, pois ainda vai saber
(Já dizia o poeta: Sabe de nada, inocente!)
E se tudo isto não adiantar,
Procure ser o mais radical possível (mas com você)
Destrua as tolas convicções, de nada elas servem
Exploda tudo, sem pena, nem dó, pois quando a poeira baixar
Sentirás a vida, como nunca sentiu antes…
Mate hoje. Ressuscite amanhã.
Essa é a graça. Abandonar para depois redescobrir.
Deixar de ser para depois se reinventar.
Escrever, para depois esquecer, que um dia, você pensou
E mais tarde, quem sabe, reencontrar este texto,
Para poder lembrar, o que nunca deveria ter esquecido.
O teu jeito simples de viver. Sem frescura ou amargura.
Claucio Ciarlini (2014)