Incautos da covardia
Pronto o discurso, estarrecedor a empatia em desuso,
Inexistente atitudes, incautos os discípulos da covardia.
Baixa vibração, movimentos vis, agem por debaixo dos panos,
Mentes sórdidas, de repente, no abrir e fechar das cortinas.
Criam e reinventam – Na prática demoníacos planos,
No vislumbre macabro, impondo medo - Descortina.
Dispõe-se e escravizam as frágeis vidas, indiferente tortura,
Complicando a resistência, determinada , desventura.
Das engrenagens enferrujadas do sistema, mal uso,
Implantando na maior parte o caos, veemente discórdia.
Governantes mesquinhos, ganância de poder e ambição,
De boas intenções, o inferno anda cheio, desolação.
Lobos em pele de cordeiro, orquestram – Manipulação,
Ao povo faminto por sobrevivência, nenhuma condição.
Batalhando no amanhecer (a resistência) para saciar a fome,
A cada segundo o estômago reclama, energia consome.
No caminho a total falta de segurança, escuridão,
Às vezes, ou quase sempre no meio do tiroteio.
Por onde anda o Estado? Moradores no entremeio,
Linhas paralelas, visando melhor chance, conexão.
No cotidiano aturdido, sufoco bem na condução,
Ônibus, trem, metrô, ladainha para chegar, baldeação.
Com sacrifício, gasta-se o pouco que se tem, por nada,
De vez em quando, ficando a pé no meio da estrada.
Viver assim, não há menor admiração, indefinido viés,
População vilipendiada em meio ao descaso, pessoas cruéis.
O pobre trabalhador vítima do preconceito e do racismo,
Iludida classe social entranhada a mercê do autoritarismo.
A democracia injustiçada, ameaçada pela ditadura velada,
De muletas até quando caminhará sem ser interpelada?
***
Blog Poesia Translúcida