Rotinas

Consignado a rituais constrangedores

Cativo de corações empedernidos

Rotinas tediosas, anos mal-vividos,

Demônios de todas as cores...

Escravo de práticas enraizadas,

Prisioneiro de metáforas exauridas

Colecionador de tipos de feridas,

Repetições idiotas calcificadas

E marcham batalhões na sociedade,

Nenhuma surpresa no horizonte,

Hordas de zumbis bebem da fonte

Da água podre da mediocridade.

É natal, é carnaval, o ano-novo chinês!

Casamento, formatura, aniversário,

Todos reféns do calendário,

Quando acaba, começa outra vez!

Pandemia de falência mental,

A falta de criatividade impera

Estultice, o símbolo da nossa era,

Ao diferente a pecha de anormal.

À mesmice chamamos tradição,

Não sei se gosto ou se me acostumei,

A rotina é uma droga à qual me viciei,

Terei perdido o poder de dizer 'não' ?

Tradição? É falta de coragem de mudar,

É honrar o que não era para ser,

É repetir por não ser capaz de fazer

É voltar a dormir antes de se levantar.

Tradição é copiar por não saber criar,

É imitar por preguiça de entender,

É limitar o que poderia acontecer,

É, por fim, entregar-se sem lutar!

Weber Palmieri
Enviado por Weber Palmieri em 14/02/2022
Reeditado em 15/02/2022
Código do texto: T7452049
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