A fera
Dos olhos perseguidores da fera
O homem foge, se esconde e reza
Para que sua alma não seja capturada
Correndo em desespero pelas sombras
Se mantém vivo, ao menos por um tempo
A fera, enquanto isso, ruge, fareja
Não deixa o livre arbítrio permanecer
Provoca o medo, instala a perseguição
Crava garras e dentes em suas presas
Nos pecadores, nos hereges, nos judeus
No bígamo… Pobre bígamo!
A fera o encontra, o captura, o tortura
O maltrata, dizima a alma, destrói o corpo
Mastiga e joga fora o que sobrou, o degreda
Domada pela Igreja, bicho de estimação do poder…
É ela: a Santa Inquisição!
Claucio Ciarlini (2004)
*Poema inspirado em meu trabalho de conclusão no curso de história.