A fera

Dos olhos perseguidores da fera

O homem foge, se esconde e reza

Para que sua alma não seja capturada

Correndo em desespero pelas sombras

Se mantém vivo, ao menos por um tempo

A fera, enquanto isso, ruge, fareja

Não deixa o livre arbítrio permanecer

Provoca o medo, instala a perseguição

Crava garras e dentes em suas presas

Nos pecadores, nos hereges, nos judeus

No bígamo… Pobre bígamo!

A fera o encontra, o captura, o tortura

O maltrata, dizima a alma, destrói o corpo

Mastiga e joga fora o que sobrou, o degreda

Domada pela Igreja, bicho de estimação do poder…

É ela: a Santa Inquisição!

Claucio Ciarlini (2004)

*Poema inspirado em meu trabalho de conclusão no curso de história.

Claucio Ciarlini
Enviado por Claucio Ciarlini em 06/02/2022
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