O congo é aqui
Insanidade, presente
Crueldade, atual
Ódio, confesso
Insensatez, coesa
Impunidade, exposta
Justiça, afastada
Segurança, distraída
Insensibilidade, declarada
Desumanidade, revelada
Brutalidade, organizada
Discórdia, sempre
Selvageria, inerente
Raiva, a mil
Direito, distante
Truculência, contemporânea
Indecência, ligada
A civilização, fugiu
Empatia, fora
Solidariedade, ausente
Compaixão, alheia
Distribuição de renda pra cima dos de cima
Miséria para os debaixo
Fome no alicerce
Opulência no alto
Como deve ser?
Pobreza é a base
Riqueza no topo?
Mata se para dar o exemplo
Mostrar de quem é o lugar,
Indicando seu canto refugiado
De onde vem ?
Beco do pobre, esfomeado, favelado
Veio buscar o quê?
Do que mesmo fugia?
Moïse Kabagambe não saiu
veio buscar o Congo
como milhares outrora, empurrados, encarcerados
obrigados, veio achar abrigo
na escravidão que não acabou
Só se atualizou, foi envernizada
Deram um colorido especial
E a colocaram como peixe a ser visto
Que de vez em quando erra o ponto
que dizem ser seu lugar de fala!
Joga-se acima d’agua,
quebra os ossos, perfura-se os órgãos internos
não bateu na cabeça, até chamou o S.A.M.U.
para socorre-lo
mas a fatalidade , infelizmente não falha e o matou
No lago do chafariz