CONFLITO
(Pmt/72)
Tantas coisas eu queria,
Tantas, ainda quero
O outro vejo e nunca
Saberei o que pensa
Deduzo
Pois, ele, sou eu
Agora
Na espera do trem
Que passa apinhado
E... aguarda o próximo.
Olha na prateleira do pão
Que talvez nem o terá
Quando em casa chegar.
Lá no fundo
Deveria se resolver
Com DECRETOS, esse
Problema dele e o meu
Instantâneo e perdurável.
Vozes gritam no silêncio perpétuo
Se resolvem, vivem e morrem
Sem ninguém as ouvir.
Trava-me o impasse da fome
Que abomino.
Fecham-se os sonhos
Vão-se as lembranças...
A letra cai no chão
Do silêncio.
Aridez e asperezas!