JÚLIA...
Como veem, uma princesinha...
Agora, com15 anos
Cheia de sonhos, e planos
Cheia... Ansiosa de tanto querer!
Não cortava, nem tingia os cabelos
Não pintava as unhas, nem o rosto
Não tinha inimigos,
Pois, não fora apresentada
Ainda, às maldades!
Não conhecia o pecado
Ia sempre à missa na igrejinha
Não faltava, sequer um domingo
Cheia... Ansiosa de tanto querer!
De joelhos e com fervor, rezava,
Cantava alto e decorado, todos os cânticos
Se emocionava sempre com as homilias
Lia as preces, recolhia as ofertas doadas
Ceava com fé, o Corpo e o Sangue de Cristo
Cheia de bênçãos e de, voltava pra casa!
...e ela,
agora...recém...acabou de completar 18 anos
Têm vários amigos, “amigos”?!?!
Nunca mais rezou, nunca mais sonhou
Sequer... Lembra que um dia planejara algo...
Definhando... Nem se alimenta mais direito
Perdeu a razão, que se foi com seu sono
Anestesia-se com frequência, e se alucina
Mas que dó... Ainda é quase uma menininha
Inacreditável...Impossível... Uma pena, eu insisto
Preferiu a garota, revestir de mordazes ilusões
Sua mortalha atual, são cáusticas tatuagens
Mau gosto, que desfiguram e matam seu ”corpo”
Desconfio, que nem sabe mais quem é
Certeza... Já não bebe mais, o Sangue de Cristo!
Na sua curta existência
Já provou de quase tudo
Entorpeceu seu espírito
Sua alma, á pouco ingênua
Topeça, se arrasta e se arranha, rasteja...
Seu coração que era puro
Bate hoje transloucado
Em total descompasso
Trocando num segundo
As noites, por todos os dias
Virou uma menina vadia
Não reza e nem senta-se, com outros à mesa
Não come mais comida sadia
Não dorme em sua cama, o sono dos justos
E por isso, esqueceu-se de sonhar!
Pena, ter que constatar
Infelizmente... Ter que reconhecer
Que a pobre entregou-se de vez ao mundo
Apenas e tão somente, respira
Olha, mas nada de nada, ela vê
JÚLIA...
Pensa, que ainda pensa
Pensa que se domina
......
A gerrerinha não quer mais lutar...
E se não dorme
Não vai poder mais sonhar
Na real... Há muito, a garotinha
...ainda uma menininha,
Desistiu, foi de viver!