A FOME
A FOME
Há em todos os cantos os que se desesperam
Àqueles que não puderam assistir ao pleito
Que roncam de olhos abertos o rosnar da justiça
Que apontam os coágulos existentes no peito.
De pão, do verbo, dos sonhos, do real e do bem
Desfrutam da fome mais miseravelmente existente
As faltas e lacunas só dançam na cabeça
Dos que acreditam por fé ainda serem gente.
A fome que transforma, torturando as imagens
Uma droga aos loucos que querem alucinação
Roçando paladares sobre mesas tão paradoxais
De dia caviar, à noite um pedaço de pão.
A fome e o homem seu olhar às divisões
Uma fatia de país! Dei-me o recheio do estado
No lixo, no luxo, lixeira de prata “fedendo”
Esgurejando direitos que não sobrou um pedaço.
Rosilene Leonardo da Silva
09 de janeiro de 2022
02:28