Desabafo dos tempos pandêmicos
Desabafo dos tempos pandêmicos
Cada pisante da minha casa
Tinha plena liberdade
Ia e vinha pelas ruas
Com a maior tranquilidade!
Entrava em qualquer lugar
Sem ser barrado jamais
Mas agora a coisa mudou
Isso não acontece mais.
O pisante fica de fora
Ou então entra encharcado
De água sanitária dos tapetes
Ou de álcool em gel borrifado.
Não quero me lembrar desses cheiros
Que a pandemia tem trazido
Mas será difícil esquecer
Esse tempo tão doído!
Começamos a andar mascarados
Com o corpo quase todo coberto
Parecendo astronautas
Só que de um grande deserto.
Alguém que nasceu agora
Decerto irá ouvir
Que muitas pessoas morreram
Por maldade dos que podiam agir.
Podiam, mas zombavam de todos
Dizendo que não era nada
E ainda um sórdido sujeito
Imitava gente sufocada.
Espero que a história
Dessa nossa época difícil
Seja contada nos livros
Sem usar qualquer artifício.
Verdade seja dita
Com todos os pingos nos is
Mostrando para os que estão chegando
Que não vale apena lutar com fuzis.
Pode parecer antigo
Ou coisa de gente atrasada
Mas o amor é a força maior
Pra vencer qualquer parada.
Quem tem amor cuida do próximo
Procura a ciência
Salva vidas
E tem paciência!
É bíblico!
(Sandra Faria Novais/2022)