A morte na internet
Óh carpideiras virtuais,
Morreu mais um, derramai sem demora
Vossas tecladas lágrimas digitais:
A tristeza falsa escala e vigora,
Postada em todas as redes sociais.
Não frutificam as vinhas de outrora,
Estão online os mortos que velais,
São artistas, socialites e que tais,
Partem e, em menos de hora,
estarão acessíveis os lamentos triviais.
É menos a dor de quem chora,
E mais vontade de figurar nos anais,
Nas colunas de fofocas, revistas e jornais,
Sem a perda real de quem foi embora,
Apenas o desejo de aparecer cada vez mais.