A morte na internet

Óh carpideiras virtuais,

Morreu mais um, derramai sem demora

Vossas tecladas lágrimas digitais:

A tristeza falsa escala e vigora,

Postada em todas as redes sociais.

Não frutificam as vinhas de outrora,

Estão online os mortos que velais,

São artistas, socialites e que tais,

Partem e, em menos de hora,

estarão acessíveis os lamentos triviais.

É menos a dor de quem chora,

E mais vontade de figurar nos anais,

Nas colunas de fofocas, revistas e jornais,

Sem a perda real de quem foi embora,

Apenas o desejo de aparecer cada vez mais.

Weber Palmieri
Enviado por Weber Palmieri em 03/01/2022
Código do texto: T7421325
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