O RUÍDO DAS RUAS

O RUÍDO DAS RUAS

O ruído das ruas

alimenta o poeta.

Faz brotar na sua alma

palavras que florescem

em poesia.

Palavras seletas, belas

explodem em perfume e cor:

flores de um pântano

abarrotado de detritos.

É apenas mais um

entre seres comuns,

no meio desta multidão

já descrente

a caminhar para um futuro incerto.

Com a inspiração insistente e companheira

a seu favor,

ele absorve, com destreza,

a frieza das vozes veladas:

vozes não lidas, perdidas

na lida diária,

entre as ruínas

de um triste país em decomposição.

NMT.

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com "Operários", pintura de Tarsila do Amaral.