HÁ VIDA NA AVENIDA
Há vida na Avenida Brasil
Menos útil que a da bateria de um Smartphone
Inútil seria procurar num Cartório Civil
Tais indigentes com nome e sobrenome
Mais fácil encontrá-los perdidos
Achados por uma bala, também perdida, de fuzil
Como os “(z)sarus” sabidos
Ninguém ouviu, nem falou, nem viu
O que é semântica
Quando o verbo é Deus?
Para que Matemática Quântica
Se até o infinito ele estabeleceu?
Na Brasil há tanta sujeira
Quanto na Atlântica, na Vieira Souto ou na Delfim Moreira
Mas no lar dos ricos a sujeira é varrida para baixo do tapete
E a vassoura é escondida sob o colchão
Já no relento dos pobres, confuso sobre o que é o chão,
O gari não sabe o que será vassourado,
Se o asfalto recapeado, o pano imundo forrado
Ou aquele que está sobre ele deitado.
Há vida na Avenida Brasil!