O mar
Intenso, imensidão sem fim
águas em profusão
Vertiginosamente bravias
Que se quebram na areia mansa
As pedras sonham paradas
Os alforriados de agora
Sem cores definidas
Lutam bravamente
Sorriem por fora
Choram por dentro
Do alto, pássaros vigiam
Os servos do sistema atual
Os senhores donos do feudo
Tal qual outrora capitalistas
Patrimonialistas, dizendo se liberais
Inventa as regras de mercado
Que só os beneficia
A fome assola, o mar
Continua com seu zumbido
Zunindo como dantes
Acrescentado uma música
Batuque de gente
Gente, que vem de longe
Ver o mar, o vento, a praia
E as pedras inertes
Açoitando o ar
Como se fosse o lombo
Do escravo que por aqui chegou
Chorando, sofrendo toda sorte de agruras
Agora seus descendentes sonham com um mundo
Melhor pra se viver
E quem sabe um dia
desfrutar desta alforria e serem libertos de verdade...