Arqui-cultura
Como haver norma culta na liberdade que a poesia expressa?
Ritmo,
Harmonia,
Conduta?
Palavras vem sem domínio,
Como adestrar uma fera?
Fardão,
Manter a postura,
Educação,
Vida culta,
Academia te espera.
"Eles passarão,
Eu passarinho",
Vou construindo meu ninho,
Uso gravetos,
Não celas.
Confortam-se em suas cadeiras,
Algozes da Cultura,
Caricaturas da "elite" burguesa,
Chá é servido,
Discurso de algum pseudo intelecto,
Aberta a sessão da nobre baboseira.
A semente jogada no asfalto,
Fez a flor da cultura crescer,
Invade a periferia,
O sarau poliniza,
O que os fardados,
Não puderam conter.
A voz do povo se espalha,
Em meio a mente cheias,
E barrigas vazias,
Os direitos são rimados,
Deveres,
Que além exercia.
Escancaram a desigualdade,
Querem chegar a cadeira vazia,
Sucesso se traduz em dinheiro,
Dinheiro que salvam vidas,
Vidas arrumam empregos,
Sem deixar panelas vazias,
Dignidade sem preço,
Valor ao bem e família.
Leitura não sucumbe ao medo,
Nem a qualquer tirania.
Empodera aos que têm menos,
E ameniza as dores dos dias,
Cultura revela segredos,
E proporciona cidadania.