A Capela da Humanidade

Do alto do morro,

Próximo aos céus,

Cravada em uma pedra,

Construíram uma capela.

Escadas levam a ela,

Parte do caminho,

São pedras,

Todos vão,

E acendem velas,

Fazem preces,

E promessas.

Dentro dela,

Está Jesus de Nazaré,

Orixás estão em volta,

Em eterna sentinela,

Buda está em outro canto,

Shiva,

Próximo a janela.

Kardec está pendurado,

Na parede amarela,

Xamanismo é praticado,

Em uma tenda,

Dentro dela.

Uma pedra,

Que aponta para Meca,

Moisés tem seus seguidores,

Alá,

Presente nela.

Chegam muitos pés descalços,

Joelhos ralados,

Cavalos e bicicletas.

Uns procuram por abrigo,

Outros algo para preencher a panela.

Toda fé ali se encontra,

Toda lágrima,

E sequela.

Almas que imploram perdão,

Almas que o tempo flagela.

Lá se encontra carinho,

Abraço,

Que liberta de celas.

A Capela da Humanidade,

Onde todos,

Por todos zelam,

A miséria encontra abundância,

Quem quer paz,

Faz uma reza,

Não importa a religião,

Importa a intenção,

Que carrega dentro dela.

Aqui em baixo há tanto sofrer,

Rói o osso tentando sobreviver,

Sem trabalho, arroz e feijão não há,

E o custo de vida,

Capital tenta nos matar.

Erguemos as mãos ao alto,

Gritamos,

Tentando a Deus chamar.

Mais a fé ainda vive,

Um dia Ele vai nos escutar.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 30/10/2021
Código do texto: T7374931
Classificação de conteúdo: seguro