OUTROS SOFRERES
Velhos navios negreiros
Com seus fétidaos porões
As noites de pesadelos
Chicotes sem compaixão
N'algum porto a esperar
Estão os novos patrões
Suas vidas irão comprar
Por alguns reles tostões
As vidas livres ceifadas
Nas terras do além mar
Estão para sempre fadadas
Ao sofrer se acostumar
Hoje dizem está mudado
Trabalho e remuneração
Mas, o soldo é minguado
Mal dá pra comprar o pão
O que eu vejo que mudou
Foi aquela senzala velha
Que um novo nome ganhou
Ela agora se chama favela
Até o quilombo acolhedor
Dos negros desinfelizes
Tem escravos de toda cor
São celas então marquises