MARQUISES E PAPELÃO
Queria que estivesse aqui com a gente,
mas a rua é seu lar,
embora estejamos também na rua.
Livre pra ir e vir, mas nunca vai tão longe.
aluno do melhor professor,
nem tudo consegue entender, ou não quer.
Herdeiro universal do lar maior
mas é inquilino cigano,
sob proteção de tetos provisórios.
Arquiteto de seu próprio destino,
avesso a regras da sina,
a seu bel prazer ou à revelia.
Tudo cobre, tudo calça, tudo veste
o tempo míngua as cores,
fica apenas cheiro e cor de chão.
Quase nada dá, menos ainda recebe.
a todos estende as mãos,
agradece mesmo que seja, não!
Humanos como outro qualquer,
mas nunca igual,
como sonhou um dia.