Causa Torrentes
Meus outros "eus" não me calam,
Minha revolta é latente,
Contra o mal opressor,
E aqueles que causa dor,
Existe um louco,
Delinquente.
Me prendem em suas amarras,
Mas minha fuga é frequente,
E minha mente trabalha,
Cada palavra,
Uma voz,
Por alguns julgados,
Indigentes.
Um fogo que não é palha,
Se mantém com querosene,
Me embriago nas noites,
Trato o poder com açoites,
Palavras,
Entorpece mentes.
Trabalho como formiga,
Em um coletivo de ausentes,
Vou por buracos e frestas,
Estradas, curvas ou retas,
Plantar é minha meta,
Palavras são as sementes.
Sou o grito dos excluídos,
Que aqui se faz iminente.
Sou eu a fome,
A sede,
O desespero frequente,
Não sou parede,
Sou gente,
Eu sou a dor saliente,
Ferida aberta,
Ardente,
Sou o culpado,
Inocente,
Suplicando aos indiferentes,
As minhas causas torrentes.