Injusta Justiça
A dor da fome que mata,
O frio da rua congela,
E a ausente presença,
Em todos deixa sequela.
Dignidade em latas,
Não há feijão,
Nem panelas,
Filhos que sofrem com a falta,
Expostas em suas costelas.
Ela queria ser gente,
A dor do filho aperta,
Um macarrão e iogurte,
Parou atrás de uma cela.
Justiça é para quem tem dinheiro.
Além de injusta,
É cega,
Penaliza o desespero,
E a fartura,
Protege e protela.