Faroeste Tupiniquim

Abutres rondam,

Na espreita,

Frente à janelas.

E os coiotes,

Se impõem,

Sobre alcateia.

A carne humana,

Em partes,

Vai para a panela.

Suor é tempero,

Dá gosto,

Uma epopéia.

É o poder,

Que mata o homem,

O deixando ausente.

E ainda há crente,

Que acredita,

Nessa gente que mente.

E querem sangue,

Qualquer tipo,

Sem absorvente.

Coisas impostas,

Incomuns,

Que hoje viram frequentes.

Te querem morto,

Enterrado,

A sete palmos no chão.

Com menos um,

Maior a chance,

De sua ascensão.

Querem o trabalho,

Teu esforço,

Sem remuneração.

Dignidade,

No passado,

Hoje escravidão.

Uma multidão de seguidores,

Matam vontades e desejos,

Padronizam a vida,

Em uma cartilha de horrores.

A liberdade que traz medo,

Escolhas limitam cores,

Vida dos outros é o que importa,

Sangram em suas dores.

Sem vacina uma chacina,

Carrossel de horrores,

Morte a mãe, ao pai, ao filho,

E todos seus amores.

E há quem mate por eles,

E se dizem cristãos,

Com o perfume da pólvora,

Escorre o sangue nas mãos.

A fome cresce e mata,

Aumenta a inflação,

E a culpa é do pobre,

Integridade sem pão.

Um faroeste tupiniquim,

Vive quem tem munição.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 14/10/2021
Código do texto: T7363225
Classificação de conteúdo: seguro