Faroeste Tupiniquim
Abutres rondam,
Na espreita,
Frente à janelas.
E os coiotes,
Se impõem,
Sobre alcateia.
A carne humana,
Em partes,
Vai para a panela.
Suor é tempero,
Dá gosto,
Uma epopéia.
É o poder,
Que mata o homem,
O deixando ausente.
E ainda há crente,
Que acredita,
Nessa gente que mente.
E querem sangue,
Qualquer tipo,
Sem absorvente.
Coisas impostas,
Incomuns,
Que hoje viram frequentes.
Te querem morto,
Enterrado,
A sete palmos no chão.
Com menos um,
Maior a chance,
De sua ascensão.
Querem o trabalho,
Teu esforço,
Sem remuneração.
Dignidade,
No passado,
Hoje escravidão.
Uma multidão de seguidores,
Matam vontades e desejos,
Padronizam a vida,
Em uma cartilha de horrores.
A liberdade que traz medo,
Escolhas limitam cores,
Vida dos outros é o que importa,
Sangram em suas dores.
Sem vacina uma chacina,
Carrossel de horrores,
Morte a mãe, ao pai, ao filho,
E todos seus amores.
E há quem mate por eles,
E se dizem cristãos,
Com o perfume da pólvora,
Escorre o sangue nas mãos.
A fome cresce e mata,
Aumenta a inflação,
E a culpa é do pobre,
Integridade sem pão.
Um faroeste tupiniquim,
Vive quem tem munição.