Ossos do Sacrifício
Leniência,
Não é Subversão,
E há empregos que se assemelham a escravidão.
Com vira latas,
Disputamos a comida,
Roemos ossos,
Garantindo a refeição.
Enquanto uns reclamam do valor da gasolina,
Outros não ganham,
Nem para comprar o pão.
Mas paciência,
O dedo aperta outra ferida,
Que não é sua,
E não desperta compaixão.
E de joelhos,
Oramos por uma sobrevida,
Economia,
Caminha contra a retidão.
Amamos um Cristo,
Que o pouco dividia,
Idolatrados,
Aos que sujam as próprias mãos.
Ainda criamos,
Uma tal hierarquia,
Superiores,
Aos que não tem mais opção.
E nas igrejas,
Para entrar,
Fazemos filas.
Mas pelo medo,
De uma futura punição.
Deuses se erguem,
Um novo Cristo se cria,
Onde a ganância,
É sinônimo de perdão.
Se julga o pobre,
Vagabundo,
Escora no bolsa família.
E a injustiça,
Justificada em pregação.
Toda palavra distorcida,
Acende a chama,
De um céu criado pela própria ilusão.
Se há inferno,
Mantém vela aquecida,
Pois é para lá,
Que se destine à sua oração.