(DES)MATAMENTO

Motosserras assassinam

O verde e todo o seu esplendor

Quase mata á mata atlântica

E a Amazônia começou

O fogo lambe todo o cerrado

Morrendo estão os manguezais

Tiete é um esgoto a céu aberto

Uma privada a Guanabara

Todos com destinos incertos

Onde bóiam humanos dejetos

E água limpa é coisa rara

Não ouvimos mais sabiás

Estamos matando as araras

Como simples objetos

Para nossa casa enfeitar

Já não bastam inseticidas

Junte a isto os pesticidas

E fujas deste pomar

Peixes bois sendo afogados

Pantanal ameaçado

Para só o gado pastar

Mico leão engaiolado

O Sofrê sofre calado

Triste já não quer cantar

Agoniza fauna e flora

Por conta da modernidade

Ainda chamamos humanidade

Esses que a tudo devora

O mar vai virar uma fossa

O sertão em que vai virar

Pobre Antonio conselheiro

Peregrino altaneiro

Que um dia ousou sonhar

O fim da fome sertaneja

A igualdade sendo plena

Quando o mar virasse sertão

E o sertão então virasse mar

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 12/11/2007
Reeditado em 27/05/2014
Código do texto: T734549
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