Cobiça forasteira - Manifesto
Deixem em paz os nossos metais
E os encantados da floresta
Não espantem
Os Sacis, os Curupiras nem os nossos castanhais.
Nos canaviais, que brinquem os Caboclos de Pena
E todos os elementais ...
Da africanidade: que não se calem os tambores quilombolas
Com seus negros e festivos rituais.
Dos rios: deixem que cantem as sereias
Que nadem, libertos, tartarugas e outros animais
Que sosseguem, os mercúrios e bateias
Deixem em paz os nossos minerais
E guardem as vertentes.
Das civilidades: pessoais, de gente
Urgente faz-se a paz nas aldeias
Nas vilas e conjuntos habitacionais.
Não deixem calar: o gemido das Iaras
O sibilar das serpentes
O canto das araras
No murmúrio dos igarapés
Tendo como fundo
As canções manauaras
Ao cair das sementes.
Na ganância demente:
Deixem em paz os nossos metais
Assim o País será Nação
No brilhar do Florão
Fulgor nosso verde-amarelo
Nação digna de ser gente.