Cobiça forasteira - Manifesto

Deixem em paz os nossos metais

E os encantados da floresta

Não espantem

Os Sacis, os Curupiras nem os nossos castanhais.

Nos canaviais, que brinquem os Caboclos de Pena

E todos os elementais ...

Da africanidade: que não se calem os tambores quilombolas

Com seus negros e festivos rituais.

Dos rios: deixem que cantem as sereias

Que nadem, libertos, tartarugas e outros animais

Que sosseguem, os mercúrios e bateias

Deixem em paz os nossos minerais

E guardem as vertentes.

Das civilidades: pessoais, de gente

Urgente faz-se a paz nas aldeias

Nas vilas e conjuntos habitacionais.

Não deixem calar: o gemido das Iaras

O sibilar das serpentes

O canto das araras

No murmúrio dos igarapés

Tendo como fundo

As canções manauaras

Ao cair das sementes.

Na ganância demente:

Deixem em paz os nossos metais

Assim o País será Nação

No brilhar do Florão

Fulgor nosso verde-amarelo

Nação digna de ser gente.

Maria letra e cor
Enviado por Maria letra e cor em 05/09/2021
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