República Autocrática do Corno

Ah República,

Tão bela e pervertida República.

Democracia que não tem diálogo,

Eu sou quem manda,

Ordem não contestada,

Reprima os inimigos,

Que todos sejam degolados.

Sou eu o bem geral da nação,

Meu interesse comum,

É a desunião.

Quero poder,

Sofro perseguição,

Por esquerdistas que não tem razão.

Um boi zebu,

De chifre afiado,

Os meus valores são todos rachados,

Protejo os filhos,

Pois são meu legado,

Podem ser ladrões,

Mas nunca "viados".

Troco feijão por fuzil,

Bala de sobremesa,

Quem atira é homem viril,

Enquanto bombeiros usou a mangueira,

Corno é aquele que viu,

Clã não é realeza.

Chifre queimado,

Bombeiro apagou,

O que meu funcionário contou.

Se há rachadinhas,

Sei não senhor,

Mas meu patrimônio dobrou.

Foram meus filhos?

Fui bom professor,

Encontrei o prazer onde há dor.

Agora entendo suas razões,

Coração ferido,

Chifre raspado,

O que foi traído,

Quer se ver vingado.

Abençoa ricos,

Morte aos miseráveis,

Não quer ver mais,

Assalariados.

Que garantias?

Vida em guerra,

Quem tem mais pode tudo,

Quem não tem,

Se ferra.

Inculpabilidade total,

Culpar os outros,

Normal.

Como nosso povo é otário,

Ladrões e salafrários constroem um belo cenário,

Aplaudidos de pé,

Distribuem pobreza,

A morte,

E a descrença na fé.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 05/09/2021
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