República das Bananas
Onde o mapa é território,
Põe a mesa,
A Terra é plana,
Ninguém chega ao fim do mundo,
No conforto de sua cama.
Captamos teorias,
Usamos de artimanhas,
O homem não foi a lua,
Era o deserto de Atacama.
Criamos os nossos hackers,
Dotados de uma façanha,
Invadem qualquer sistema,
A base de pensamento,
Invalidam documentos,
E decidem quem é que ganha.
Escondendo a verdade,
Exigimos transparência,
Somos nós o delator,
Sem provas e evidências.
Inimigos são corruptos,
Amigos em eloquência,
Quem agride em meu favor,
Tem proteção e proeminência.
Nós mostramos nossa força,
Moto, tanque e violência,
Quem não está a favor,
Pensar fora,
É demência.
Somos a família perfeita,
Vivemos de aparência,
Tradicionalismo de foto,
Põe no álbum e dá sequência.
Não há roubo,
Há delinquência,
Aos filhos,
Peço decência,
Não nos julgue,
Há existência,
Contrapondo a exigência,
Não foi roubo,
Foi carência,
Rachadinha, rachadão,
Os poucos devem rachar,
Tu recebe e meia volta,
Aluguel eu vou cobrar.
O cargo que tu quiseste,
É ativo, de doutor,
O dinheiro vai vir fácil,
Sobrou pouco para o eleitor.
Por isso não vou embora,
No exercício vou mandar,
Lá fui indisciplinado,
Convidado a me retirar.
Convoco meu eleitorado,
Pra baderna começar,
Vamos espalhar mentiras,
Para os trouxas acreditar.
O exército vai às ruas,
Já me sinto um ditador,
Eu acuso a esquerda,
E a todos que se opor.