CORTESIA
CORTESIA
Num mero instante
a poesia me corteja;
há entre nós
uma íntima amizade;
já vejo-a alada
no pássaro que adeja;
já sinto-a na fragrância
da flor campesina.
Há uma cortesia
mútua entre nós,
bem própria de quem
ama a arte escrita;
a poesia está no poema
ou na prosa que escrevo,
nutrindo de lirismo,
a magia poética e prosaica.
Disso nos resulta
uma amizade perene,
pela qual se conservam
os gestos corteses;
assim,
minha alma acolhe
em apreço fraterno,
a poesia que se revela:
em meu verso,
em minha prosa.
Como artesão
poético e prosaico,
preciso ser cortês,
para retribuir à poesia,
seus gestos amáveis;
pois você,
poesia,
é tão íntima em minha alma,
que é comum em sonhos,
eu ver você,
minha fiel amiga,
no sorriso
do meu anjo da guarda.
Adilson Fontoura