DOENÇA
Há um mundo doente
por trás das nossas portas.
Cheio de gente carente,
o entulho de felicidades mortas.
Há muitas chagas abertas
em peles queimadas pelo sistema.
Há muradas enormes diversas
onde tudo e todos vivem o dilema.
Há nomes escritos em ouro
pelos que tem poder monopolista.
Há vidas ceifadas sem juros
contra pobres mortos em lista.
Há nomes escritos em lápides
sem paradeiro nem serventia.
Há doenças presentes no ápice
das cátedras que consentia.
Há flores com péssimo odor
sem vida, sem ar, sem cor.
Há ceifeiros no topo do pódio
vivendo à base do ócio.