ESTIGMA

Vi alguém de pele escura

Chorar de amargura

Um antigo preconceito.

Eram lágrimas cristalinas

À aliviar o peso da sina

Feito cruz do “defeito”.

Vi junto ao olhar abandonado

Aquele estigma naturalizado

Efeito da resignação.

Tantos anos de luta

Gritos por direitos que ninguém escuta

Vencidos, mais uma vez, pela discriminação.

Vi que aquele “alguém” nada exigia

Apenas seu olhar longínquo pedia

Amparo à sua dor.

Nada mais restou senão a música de fundo

E meu desejo contido de vomitar no mundo

Abrigo ainda de tanta falta de Amor.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 31/07/2021
Código do texto: T7311055
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