PRETA NORDESTINA

Numa calma espantosa superou espinhos
Construiu seus ninhos com afinco e paz
Desdenhou do impossível e foi capaz
Adquiriu respeito e recebeu carinhos.

Sem armas visíveis, agigantou-se em luta,
Desarmou com paciência, soldados do ódio,
Enfrentou barreiras e com garra chegou ao pódio.
Preta, mulher, pobre, nordestina, mas impoluta!

Guerra diária enfrentada, porém, jamais cabisbaixa.
A preta, orgulhos dos seus..., no alto, recebe a faixa,
Onde se encaixa como mulher digna de aplausos.

Loucos cinzentos são os preconceitos escusos
Que julgam a pele e mostram uma índole baixa!
Feio é você! Que não vê a alma límpida sob a pele preta!
                                                                            Ênio Azevedo


 
Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 14/07/2021
Código do texto: T7299370
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.