Vivo..

Poema recitado no Segundo Sarau Poético da Escola Joana Helena de Castilho Marques em Penápolis - SP, em 25/06/2021.

Vivo...

Vivo assombrado por fantasmas...

A fome está na sarjeta...

E a criança querendo alguma gorjeta...

Sou abjeta...

Vivendo um lamento silencioso...

Sangrando um coração...

Que já não encontra mais paixão...

Em sua razão de reflexão...

Subdivisão social...

O espiritual está precisando de capital...

Doente...

E sem nenhuma crença...

Sussurrando absurdos...

Em condimentos de alimentos...

Sebentos, e cheios de desalentos...

Vivo no ativo...

De algum digito...

Em meses...

Cheios de fregueses...

As, vezes...

Nada corteses...

Preces...

Cheques...

Chefes...

Prezas...

Na destreza da divisão...

Fazendo divisões sociais...

Vivo...

Não sendo querido...

Mas ainda, muito aguerrido...

Repartido...

E capitalizado...

Procurando ser amado...

Falido na moral...

Almejando algum gutural...

Fragmento de um bom social...

Que não seja apenas formalidades...

Mas que me traga alguma verdade...

O material está apodrecendo...

A humanidade está vivendo...

Se retorcendo...

Quer regras...

Em diâmetros subjetivistas...

Deistas e esquisitas...

Sublime de desejos...

Mas fazendo anseios...

De vazios...

Nos caminhos de uma vivência...

Que procura qualquer contenda...

Que tire a venda...

De suas sendas...

Revestidas de ninhos...

Com caminhos apontados...

Para novos...

Investimentos...

Sem lamentos...

Vivendo e esquecendo...

O que foi motivo...

De entorpecimento...

E sofrimento...