O REBANHO DA PROVÍNCIA
“... as minhas ovelhas foram entregues à
rapina e (...) vieram servir de pasto
a todas as feras do campo...” (Ez. 34: 8 e 19).
“... E eu apascentei as ovelhas da matança;
as pobres ovelhas do rebanho.” (Zac. 11:7)
Olhei a rua e vi o mundo...
Ouvi o murmurinho
de gados apressados
que caminhavam sem
[ter onde ir.
Que buscava o fim de uma estrada.
Estrada projetada
pelas mentes de poucos
que eram donos da rua.
...E do mundo.
(...)
Olhei a cidade e vi zumbis
que mecanicamente
dobravam as esquinas.
Que buscavam (talvez...)
uma direção, um sentido
(um destino?...)
Mas eram cegos
Mas eram surdos
e só conheciam
a voz de comando
[do alto das torres:
“– Andai, andai! Não pareis
[na praça para pensar!
Ide ao circo! Ide ao circo!
Ide às rações preparadas!
Ide ao vinho consagrado
[à mãe Fortuna!
Ao futuro! Ao futuro!
Tudo está para mudar
e um paraíso vos espera...”
Ouvi o mugido das reses
da Província.
Algumas poucas clamavam
contra as correntes do
[Comando Central;
contra as vozes das torres.
...Mas seus mugidos
perdiam-se no vazio de milhares
[de outras mentes
(um vazio fundo, patético, mórbido...)
Perdiam-se nos sonidos das sirenes
[das cidades
que misturavam-se às alegrias
surdas dos tropéis
e das algazarras plébicas
[numa grande arena verde
[de um país roubado, saqueado...
(...)
Busquei uma explicação.
Vi uma GRANDE MÁQUINA
que produzia um exército de robôs
– cada um com seu rótulo. (Ou nome?)
Não tinham motivos
mas sorriam felizes.
Comiam as migalhas
mas serviam indiferentes
e moravam nas tocas
e dormiam nas locas
e vagavam nos becos
...e dançavam nos guetos.
...E morriam desmontados
nos campos
nas ruas
nas vilas
nas megamegamega
[metrópoles!
...Onde um deus e uma deusa
vestidos de ouro
serpenteavam em meio a outros deuses
em tronos de ouro – deuses poderosos! –
reinavam SOBRE
todos
SOBRE
todo gado empobrecido...
(...)
Eu vi celas
Eu vi a liberdade prisioneira
Vi o terror escondido
[na soturnez dos templos
Vi uma mão amarela
[disseminando a morte
Vi manadas trucidadas
[nos labirintos da GRANDE MÁQUINA.
Eu senti a podridão fétida dos poderosos
No horror metálico das engrenagens!
Eu vi buquês de flores pardas
[oferecidos aos povos
e senti o cheiro do veneno letal
[no interior das seivas.
Eu vi e chorei.
Eu senti e chorei
pelas manadas
alegres/mortas/zumbis
alegres/apáticas/servis
Eu chorei, orei, orei, orei, orei...
pelos bezerros
que foram esquecidos
nas ruas dos Burgos
pelos cordeiros
enganados do rebanho
pelos holocaustos nossos
de cada dia
pela pastagem negada
a tanto gado!
(...)
Eu vi tudo isso
num dia em que
o Sol brilhava
nas ruas da cidade
e a Normalidade habitava
as praças e avenidas
da Grande Província.
...E o diabólico homo metálicus trabalhava
formatando mentes
[na sutil e silenciosa MATRIX:
>=vlad.gov@1º2º3º.. ??wWgOVx%$USa dominusmente@66hades.scrav.scrav.scrav.
corru.pt=slave-corru.pt=slave-corru.pt=slave corru.pt=slave-corru.pt=slave-evilpt=slave slaveslaveslaveslav.malignum.gov.@vlad...
SGV (13/01/2004)