Cala a boca já morreu.
Tu que falas sozinho,
Perdido nos teus ecos
Surdo à sensatez e ao amor,
Te apegando às tuas certezas
Frias,
Requentadas, cobertas de bolor,
O bolor das verdades inventadas
Para tua sobrevivência
- carência de ti –
Tu que grita sem argumento,
Pense impor algum sofrimento,
Na alma que já partiu
Deixando o corpo que te ouve,
Impassível e assombrado
Tamanha a desfaçatez
Por te ver à loucura geral
Totalmente adaptado.
Ora me calo para tua rigidez
Para manter minha lucidez.
E minha liberdade duramente construída
Sobre os escombros das mentiras
E desenganos
De uma sociedade falida.