VIDA NUA
VIDA NUA
Sou criança de rua, não sou um bandido;
Só encontrei desamor nesse mundo sombrio.
Destinado a morrer se for por Deus esquecido
De fome, ou de frio, como um cachorro vadio.
Sou fruto do acaso, não conheci os meus pais,
Nunca tive brinquedos e nem tive esperanças.
Educação e lazer direitos de todas as crianças,
Surrupiaram de mim, não me deram jamais.
Dei meu primeiros passos numa pobre favela
Em meio aos mosquitos e num monte de lama,
Num triste barraco, de papelão tenho a cama,
Entre paredes de tábuas sem portas e janela.
E é por isso senhor, que eu lhe peço a esmola,
Que poderá aplacar parte deste meu desengano
De ser mais uma vítima do sujo mundo profano,
Que cerceou-me o prazer de poder ir a escola.
Mas felizmente Senhor, não sou da escória deste Brasil,
Cujo povo desnudo de fé envergonha a história,
Vilipendiando até os úlimos rastros Memória...
Enodoando o passado e o presente da Augusta Terra Varonil!
Bira Galego