Diário de um Moribundo

Não te comove,

Eu aqui estou morrendo,

Me falta o ar,

E acelera o pensamento,

Tenho família,

Em minha mente é só tormento,

Desamparados,

Com o seu consentimento,

Quem me matou,

Festeja sem constrangimento,

Vou carregar a frustração,

E meu arrependimento.

Tuas mentiras são facas,

Tuas ações são morteiros,

E com a morte me calo,

Mas deixo aqui um apelo.

Fui morto pelo poder,

De alguns filhos da puta,

Que empilham pessoas,

E quebram a estrutura.

Enquanto procuro o ar,

Oxigênio é fissura,

E quanto mais eu respiro,

Tempo desfaz a costura.

A culpa é deles e minha,

Não fuja,

Também é sua,

Pois quem defende assassino,

Meu sangue suas mãos suja.

...

Ego inflado,

Vacina não cura,

Oculta é a ciência,

A fé obscura.

A Terra é plana,

Liberdade é censura,

Direitos tirados,

Semi escravatura.

Se isolar é fome,

Trabalhar é morte,

Decide irmão!

Não terá suporte.

Pois o teu imposto,

É que banca os fortes,

Picanha na mesa,

E tu sente o corte.

...

As minhas forças se acabam,

Não posso mais escrever,

E esse ar que me falta,

Seja abundante em você.

E não se esqueça amigo,

Tens o poder de deter,

Este poder que nos mata,

Não deixe ele crescer.

Não tenho tempo agora,

Queria mudar o mundo,

Porém te deixo um diário,

Diário de um moribundo.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 03/06/2021
Reeditado em 03/06/2021
Código do texto: T7270573
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