Palhaço No Palácio

É muita ignorância

Que faz qualquer um desanimar,

Quando se tem um pouco de sensatez

Fica difícil engolir mentira,

Ela me tira a paciência

Causando-me essa sofrência

Ao perceber brutal ausência

De lealdade às evidências

E também à decência,

Inventa-se, se dissimula,

Intenta-se como uma mula

A não seguir pelo caminho

Da autenticidade, da ciência,

O jogo é deveras cruel,

Não consigo engolir esse fel,

Isto está um completo farféu,

Os insensatos querem um troféu,

Sua ignorância está ao léu,

Vírus, bactéria, protozoário,

Desconhecem esses parasitários

E ignoram, esses tais otários,

Que organismos têm seus contrários,

Tudo é igual pra corja cretina

Que propagandeia a cloroquina,

Desprestigia a excelente vacina,

Ridiculariza a boa medicina

E não segue nenhuma disciplina,

Essa gente tão displicente

Não têm atitude decente,

A barbárie ela defende,

Das mortes não se recente,

E não demonstra ser inteligente,

Negar é o seu pior vício,

Talvez seu principal ofício,

Nega o fim, o meio e o início,

Cria pra si roteiro fictício

Onde o personagem principal

Sai de um bueiro qualquer,

Apresenta-se sobre um cadafalso,

Esquiva-se de alguns percalços,

Torna-se herói dos pés-descalços

E conquista as glórias do Palácio,

É um palhaço feio, por sinal,

Sem graça e completo boçal,

Perdoe-me o legítimo “clown”,

Por favor, não me leve a mal,

Mas comparo aquele à Coisa

IT, O Palhaço do terror,

Personagem de filme de horror,

Anda fedendo a bolor,

Conta piadinha de mal humor

E destila ódio com furor,

Mas um novo dia vai chegar,

Os cristãos já estão a acordar,

A decência ocupará seu lugar

E os demônios então fugirão,

Encarcerados alguns serão,

Ao inferno outros voltarão

E enfim os justos triunfarão.