MULHER KAMBEBA
Poema em homenagem as guerreiras Omágua/Kambeba aqui representadas por 3 gerações na foto feita por mim num ensaio fotográfico na aldeia Kambeba em 2014. Elas usam a roupa Kambeba feita por elas de algodão cru e pintada de grafismo.
MULHER KAMBEBA
Sentir o vento de chuva
Apressado para molhar
A terra e verde que habita
Em nós, na aldeia, meu lar.
Assim eu vejo a mulher
Omágua/Kambeba a lutar
Por direitos e respeito
Que teimam em querer retirar.
Tem hora que é calmaria
Seu ser belo vai falar
Sou tronco de samaumeira
De mim a vida vai brotar.
Regada de saberes e esperança
Respeito sabe valorar
Não quer ser melhor que os homens
Igualdade, responsabilidade busca partilhar .
Cacika, tuxaua ou Zana
Feminina no seu mais profundo ser
Sabe fazer alianças,
Estratégias para sobreviver.
Caminha sentindo a esperança
Nos olhos do curumim
Que brinca a inocência criança
História que não tem fim.
Continua menino continua
A remada que vem e que vai
Cidade/aldeia território
É mulher, mãe, gestora da vida.
Lidera com estratégia
Paciência na comunicação
Delicadeza na forma feminina
Alegria no coração
E a certeza de renovação
Identidade Kambeba é mais que imagem
É luta, acolhimento, dedicação.
Poesia de: Márcia Wayna Kambeba
Data: 21/05/2021
Foto: Márcia Kambeba
Local: aldeia Kambeba Turucari Uka AM