Palestinos

À Memoria do Poeta Palestino:

Mahmoud Darwish (1941-2008)

I

O que farei eu,

que não tenho o que comer?

O que farás tu,

que não tens mais casa?

O que farão eles,

que não tem mais para onde ir?

O que faremos nós,

que não temos Pátria?!

Eles roubaram-nos,

o nosso fogo e a nossa água.

Eles roubaram-nos,

a nossa paz e até a nossa mágoa.

Eles deram-nos apenas o sol,

como nossa morada.

Eles deram-nos a noite,

para seguir a estrada.

Eles podem-nos matar,

mas não podem mudar os nossos destinos!

Eles podem-nos blasfemar,

mas já mais deixaremos de sermos Palestinos!

II

Ontem eles foram perseguidos.

Hoje eles nos perseguem!

Ontem eles foram ofendidos.

Hoje eles nos ofendem!

Ontem eles foram maltratados.

Hoje eles nos maltratam.

Ontem lhes roubaram as suas casas.

Hoje eles nos roubaram as nossas casas.

Ontem eles foram assassinados e cremados.

Hoje eles nos assassinam e…

Por que esqueceram Eles das suas lágrimas derramada?

III

Ai Jerusalém, porque nos maltratas?

Quando somos filhos de Ismael;

netos de Abraão.

Ai Jerusalém, porque dizes que de Nazaré

nada de bom pode brotar?

És cega Jerusalém em não veres que Israel

ainda beija a mão, à Nova Roma

e crucifica o Cristo Palestino

nascido do ventre de Nazaré!

Vergílio de Sena
Enviado por Vergílio de Sena em 21/05/2021
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