A SAÍDA
 
A saída em alta velocidade
A saída do mundo confortável
A saída de tudo quanto é mundo
Sua vida em cores e formas instáveis
Diluindo-se sempre contra a parede.
 
A sexta-feira que chega como ventania
Abalando a calmaria da rotina
O fim de semana na cesta de piquenique
A grama e a sombra, assombros da letargia
A monotonia tem apenas o tom do nada.
 
O cisne branco no lago poluído
Minha cisma que não passa e se confirma
Alguém na firma me quer fora de tudo
E tudo não passa de um dado viciado
E tudo não passa de cartas marcadas.
 
O cuspe dado na cara do indefeso
E do tribunal de onde se sai ileso
O cuspe que agora sufoca o cidadão
Ficou perdido como bala não disparada
Tiro que saiu pela culatra, nada demais,
Então...

 
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 17/05/2021
Código do texto: T7257993
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