A INDIGESTÃO
Mastigando o ódio do sistema
Mastigando arroz e feijão apenas
Mastigando a própria língua
A lida do dia infestada de problemas.
Bebendo o sangue do vizinho
Concorrendo as migalhas premiadas
E mexendo o corpo com os olhos
A vida curtida em banho-maria.
Ninguém me disse que seria difícil
Na escola não se cola mais nada na mente
Na igreja não se deseja mais o paraíso
No bar é que se embarca em fantasias.
O carnaval no canavial com sol a pino
O açúcar que não adoça mais a prisão
A usina que não refina o meu destino
É um desatino acelerando o coração.
Quando eu chego à minha casa mastigo
A memória da falta de opção
A história da família fatiada pelo mundo
A histeria que gera a indigestão
E a mim
Na mão do desejo roubado da ilusão.
Mastigando o ódio do sistema
Mastigando arroz e feijão apenas
Mastigando a própria língua
A lida do dia infestada de problemas.
Bebendo o sangue do vizinho
Concorrendo as migalhas premiadas
E mexendo o corpo com os olhos
A vida curtida em banho-maria.
Ninguém me disse que seria difícil
Na escola não se cola mais nada na mente
Na igreja não se deseja mais o paraíso
No bar é que se embarca em fantasias.
O carnaval no canavial com sol a pino
O açúcar que não adoça mais a prisão
A usina que não refina o meu destino
É um desatino acelerando o coração.
Quando eu chego à minha casa mastigo
A memória da falta de opção
A história da família fatiada pelo mundo
A histeria que gera a indigestão
E a mim
Na mão do desejo roubado da ilusão.