Ressignificar as Feridas Em Tempos de Pandemia

A morte espreita todos os caminhos.

É a derradeira estrofe que não tem sido esquecida,

Aquilo que se sobrepõe a todos os sonhos e pessoas.

Diante das sombras arrepiantes dos pulmões sem cura,

No digladiar desesperado contra a letal foice biológica,

Como agir para amenizar o pesado fardo? 

Replantar a vida nos sentimentos e pessoas que apetecem.

Reviver tudo em fotografias, disponibilizar o talento e atenção aos outros,

Mesmo escorrendo pelas veias o vazio de certezas.

Viver a tragédia do hoje com foco no futuro, planejar o amanhã,

Pensar como ajudar o próximo, dar significado as atitudes.

Refazer os choros das perdas, suportar a cidade das lágrimas. 

Ressignificar as feridas abertas, 

Reagir o corpo que foi possesso de febre.

Entre artérias e vontades calejadas,

Inventar um necessário movimento para tudo inverter...

Renascer dos toscos pedaços, sacudir os músculos flácidos,

Mesmo que a vida de muitos esteja num ardor incurável. 

A tragédia da pandemia muita coisa dizimou, 

Mas resta a tudo (dor, perda, luto, injustiça)

Atribuir robusto sentido pelo fato de permanecermos vivos.

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 16/05/2021
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