CALABOUÇO MENTAL
Desânimos sufocam pessoas
Auto reclusando-se almas boas
Fazem seu lar trincheiras sem fim
Aceitando limitada continuar assim
Uma espécie de caverna de Platão voluntária
Reduzindo a vida por uma visão carcerária
Mas o que lhe faz represar dessa forma
Criando redoma que tanto a deforma
O pinto arrebenta ovo alçando liberdade
Humanos recriam placentas da imobilidade
Intoxicados pela síndrome de auto-hibernação
Mas diferente do urso se enclausuram por opção
É muito subjetiva essa atitude
Cria-se um estado de inércia rude
Na condição de autoflagelo pacífico
Dor ou paz ocupa-lhe íntimo sem grito
Lamentável a família assistir tal drama
Alguém querido que pouco diz e reclama
Vagueando na casa fazendo dela sua gaiola
Parece um objeto que ficou quebrado a mola
E sem impulsionar para outros cenários
Termina sem sentido seu calendário
Pois quem não valoriza momento
Fica sem sonhar no isolamento
Sem dúvidas algo estranho aí acontece
Gente estática insana ou incomum parece
Até pode se fazer da habitação casulo oficial
Mas sem podar de expandir aquela vida normal