Desumana idade
Vejam a humanidade como pula curiosa
Cuspem na ciência em prol da mentira
E a doença cresce assim, silenciosa
A roubar a incredulidade que a pouco sentira
Vejam a humanidade como tribo violenta
Condenam a guerra, mas não consagram a paz
E a dor surge em cores corpulenta
A levar pra vala tudo que nos apraz
Vejam a humanidade como espécie em extinção
Aniquilam faunas e floras aos milhões
E a entropia morre à mingua por contravenção
Apoiada por maiorais que monetarizam ações
Vejam a humanidade como doente terminal
Suspiram oferendas em crendices sem sentido
E a tormenta das missas exaltam vosso funeral
De cloroquinas inócuas, dormindo no corpo abatido
Vejam a humanidade como turba assombrada
Choram pelo desemprego e da fome que assola
E nenhum naco da vida perdida, atropelada
Retorna da morte vestida em camisola
Vejam a humanidade como crentes de pouca fé
Clamam pelo milagre que só ela pode conceber
Pelo gole das próprias ideias, saboreia frio, teu café
Que recusas aceitar, genocídio sim, tentas vencer
Vejam a humanidade como flor que desabrocha
Ornando cheias de viço, cores e perfume
Rabiscos do poeta que de tudo debocha
Todas as vossas faltas pichadas no tapume