Desumana idade

Vejam a humanidade como pula curiosa

Cuspem na ciência em prol da mentira

E a doença cresce assim, silenciosa

A roubar a incredulidade que a pouco sentira

Vejam a humanidade como tribo violenta

Condenam a guerra, mas não consagram a paz

E a dor surge em cores corpulenta

A levar pra vala tudo que nos apraz

Vejam a humanidade como espécie em extinção

Aniquilam faunas e floras aos milhões

E a entropia morre à mingua por contravenção

Apoiada por maiorais que monetarizam ações

Vejam a humanidade como doente terminal

Suspiram oferendas em crendices sem sentido

E a tormenta das missas exaltam vosso funeral

De cloroquinas inócuas, dormindo no corpo abatido

Vejam a humanidade como turba assombrada

Choram pelo desemprego e da fome que assola

E nenhum naco da vida perdida, atropelada

Retorna da morte vestida em camisola

Vejam a humanidade como crentes de pouca fé

Clamam pelo milagre que só ela pode conceber

Pelo gole das próprias ideias, saboreia frio, teu café

Que recusas aceitar, genocídio sim, tentas vencer

Vejam a humanidade como flor que desabrocha

Ornando cheias de viço, cores e perfume

Rabiscos do poeta que de tudo debocha

Todas as vossas faltas pichadas no tapume

Marcelo Taranto
Enviado por Marcelo Taranto em 30/04/2021
Código do texto: T7245211
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